Call Centers, toda a verdade...ou apenas alguma
Olá a todos, hoje vou abordar o tema dos call centers, que para mim, é um tema que me é muito especial, uma vez que foi a minha ocupação no decorrer dos últimos quatro anos, considero isso um feito, não só pelo facto deste tipo de trabalho ser considerado por muitos como trabalho temporário devido à precariedade que abunda, infelizmente, na grande maioria das empresas prestadora deste tipo de serviços, mas também por ser um tipo de trabalho que nem todos aguentam, uma vez que é algo que testa permanentemente a nossa paciência, tolerância e que, em casos extremos, pode mesmo resvalar para alguns estados de euforia e insanidade mental, mas não se preocupem, não é o meu caso, pelo menos tenho o meu amigo imaginário que o pode comprovar, aliás ele neste momento está a concordar comigo, apesar de estar todo nu e a cantar "as pombinhas da catrina" enquanto bate com uma frigideira na cabeça...bom, mas falando agora mais a serio (quem disse que eu estava a brincar?!), enquanto operador de call center, sempre me senti um pouco incompreendido pela sociedade, uma vez que esta função é geralmente olhada de lado pela grande maioria das pessoas, que, chegam mesmo a insinuar que este é um trabalho fácil e muitas vezes a única alternativa ao desemprego. O que muitos não sabem é que trabalhar num call center é, e está comprovado, o segundo trabalho mais stressante do mundo, sendo o primeiro o de controlador aéreo, vou então falar-vos um pouco do stress a que um operador de call center está diariamente sujeito...apesar das regras e procedimentos impostos pela empresa (que acreditem, não são poucos), tem ainda que ser, por várias vezes, confidente e psicologo de muitos dos clientes, que, além do apoio técnico que é prestado, também procuram uma voz amiga com quem desabafar as mágoas do dia-a-dia, sem saber muitas vezes o estado emocional em que se encontra a pessoa por detrás da voz que, obrigatoriamente, tem que demonstrar simpatia mesmo que esteja de rastos, contudo tem que demonstrar compreensão e empatia para com o interlocutor, o que geralmente não é difícil, confesso, pois geralmente este tipo de clientes apesar de falarem muito sobre assuntos que não estão relacionados com o serviço em si, são simpáticos para com o operador, acabando também por mostrar algum respeito pela função que desempenhamos, mas nem tudo é um mar de rosas, pois existem também, aquele tipo de clientes que, vêm num operador um mero saco de boxe, no qual poderão descarregar toda a raiva e stress acumulado, geralmente, devido a frustração no campo sentimental e fracasso no campo profissional, entre outros problemas alheios ao interesse de alguém, que está apenas a fazer o seu trabalho e a tentar ser o mais profissional possível, para esses clientes tenho apenas um conselho, procurem uma ocupação ou um hobbie, natação por exemplo, é uma boa forma de libertar o stress, e faz bem ao corpo e à mente, acreditem que assim serão pessoas mais felizes e agradáveis de ouvir do outro lado da linha.
A juntar a estes aspectos, posso também salientar que o operador de call center está, também, sujeito a avaliações constantes e a objectivos que, nem sempre dependem apenas de si para os alcançar...claro que ainda há muito para dizer relativamente a este tema mas prefiro guardar para mim...para finalizar deixo apenas como sugestão a todos que sejam simpáticos quando ligarem para algum tipo de call center, podem crer que isso vai melhorar a qualidade do atendimento e a disponibilidade e simpatia do operador, podem crer que é verdade, eu estava lá e vi... ;)